O bilionário emirado de Dubai

O bilionário emirado de Dubai, “onde o dinheiro não tem qualquer outro objetivo que não seja sua multiplicação e endeusamento”

Burj Al Arab, em Dubai: o hotel mais caro do mundo tem suítes de dois andares e uma frota de Rolls-Royces à disposição dos hóspedes
 O post abaixo foi publicado originalmente em 20 de abril de 2011
Campeões de Audiência
Amigos, foi só falar no emirado de Catar e, por coincidência, dei com um texto extraordinário sobre outro emirado bilionário, Dubai – aquele das gigantescas ilhas artificiais com milhares de casas de luxo, dos edifícios altíssimos, do hotel em forma de vela, o Burj Al Arab, que se diz o mais luxuoso do planeta e coloca à disposição dos hóspedes uma frota de Rolls-Royces, do hipódromo de 3 bilhões de dólares, da pista de esqui, com neve e tudo, funcionando enquanto fora há um calor de 50 graus.
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Ilhas artificiais em Dubai
Trata-se de um artigo do jornalista escocês A. A. Gill, crítico de gastronomia do jornal britânico The Sunday Times e da revista norte-americana Vanity Fair.
Vanity Fair enviou-o a Dubai e o resultado, na edição de abril, é uma pequena obra-prima sobre a insânia de tentar construir um paraíso artificial inteiramente descolado de sua realidade social, política, histórica e geográfica – que, além de tudo, está entrando em colapso financeiro.
Gill se horrorizou com a arrogância e o vazio da vida dos jovens milionários nativos, com a vida difícil e a situação precária dos trabalhadores estrangeiros, sem os quais Dubai ainda seria a aldeia de pescadores que era há 20 anos, com um país sem identidade e sem valores, onde os forasteiros com dinheiro podem muito, mas cujo regime político, sob o brilho, o luxo e o desperdício de um capitalismo delirante, é totalitário, retrógrado e corrupto.
"Dubai é Las Vegas sem os cassinos, as dançarinas ou Elvis"
Leiam esse trecho do texto:
“Dubai é a história dos três desejos na qual, como todo garoto sabe, com o terceiro desejo você tem direito a exprimir três novos. E, como todo gênio da lâmpada sabe, mais desejos levam a mais ambição, a mais miséria, a mais créditos podres, e a muito, muito, muito mais mau gosto.
“Dubai é Las Vegas sem as dançarinas, sem os cassinos e sem Elvis.
“Dubai é uma Disneilândia financeira sem a diversão. É um resort de férias com o pior clima no planeta.
“(…) Dubai é a parábola do que o dinheiro é capaz de fazer quando não tem qualquer outro objetivo que não seja sua própria multiplicação e endeusamento.
“(…). Dubai é um lugar que não toma conhecimento do preço de nada, nem conhece o valor de nada – mas faz com que tudo deixe de ter qualquer valor”.
Infelizmente não há versão do artigo que não seja em inglês.

dubai163
Dubai à noite

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